24/12/22

Análise da Semana - 19 a 23 de dezembro

Em 2023 o desequilíbrio entre a oferta e a demanda de petróleo deve se manter, fazendo com que os preços continuem em patamar elevado. Esse cenário pode ser explicado por alguns fatores. O primeiro deles é a retomada da economia chinesa com a flexibilização das políticas do covid-zero, o que deve aumentar a demanda da commodity no país e, consequentemente, elevar seu preço. O segundo é o fim da política de liberação das reservas estratégicas nos EUA, fazendo com que a oferta agregada diminua. Por fim, os membros da OPEP têm pouco espaço para incrementar a oferta, além de parecerem confortáveis com os cortes de produção. A concretização desses cenários pode fazer com que o preço do barril de petróleo fique acima de US$ 100 novamente.

O PCE, inflação ao consumidor dos EUA de novembro mostrou uma alta de 0,1% m/m, em linha com as expectativas. Além disso, o núcleo também não surpreendeu, com uma aceleração de 0,2% m/m. A Black Friday influenciou os preços dos bens duráveis para baixo, enquanto o setor de serviços ainda mostrou uma aceleração de 0,4% m/m. No geral, o consumo segue forte. Esse dado corrobora com a expectativa de que a política monetária irá se manter em um patamar restritivo por um período longo, sem muito espaço para corte nas taxas de juros em 2023.

 Brasil

O IPCA-15 de dezembro mostrou uma aceleração de 0,52% m/m, em linha com o dado do mês anterior e não mostrando surpresas para o mercado. Dessa forma, o IPCA-15 fecha o ano de 2022 registrando uma alta de 5,9%, acima do teto da meta de inflação pelo segundo ano seguido. A volta dos impostos federais sobre combustível deve impactar cerca de 74 bps na inflação do ano que vem. A projeção do BTG para o IPCA em 2023 é de 5,9%.

 Ações Brasil

Em uma semana marcada pelo clássico rally de final de ano, divulgação do IPCA 15 de dezembro e a conclusão da votação e aprovação da PEC de transição mais “desidratada” pela Câmara, em que consiste na ampliação do teto de gastos por apenas um ano. Isso demonstra, portanto, uma diminuição da expansão fiscal e que o congresso está disposto a frear as despesas do novo governo. O Ibovespa acumulou uma alta de 6,7%, fechando aos 109.697,57 mil pontos. Os melhores desempenhos da semana foram Via Varejo, CVC, Lojas Americanas, IRB Brasil e Gol enquanto os piores ficam para Usiminas, Suzano, Gerdau, Klabin e SLC Agrícola.

Dentre os destaques positivos, o anúncio da troca do Chairman, com a saída do Raphael Klein da presidência do conselho e contratação de um conselheiro independente animou o mercado em virtude das constantes brigas internas que prejudicaram muito a Via Varejo nesses últimos tempos. Fora isso, o lucro evidenciado na prévia do resultado operacional de IRB Brasil, contrastando com os constantes prejuízos, agradou os investidores e impulsionou a cotação do papel na semana. Ademais, a medida de isenção fiscal federal imposta pelo governo para empresas aéreas, em que visa evitar que ocorra uma crise na atividade de transporte aéreo que pode vir a comprometer a continuidade da prestação desse serviço, fomentou a alta e o otimismo do setor aéreo como um todo.

Já nos destaques negativos, em relação à Suzano, a previsão de um capex maior que o esperado para o projeto Cerrado pode ter deteriorado a perspectiva futura da empresa. Vale ressaltar também que a queda do dólar influencia diretamente empresas que possuem sua receita atrelada à moeda americana e portfólio concentrado em commodities, como é o caso não só de Suzano, mas também de Klabin e siderúrgicas. Em suma, tanto os setores de mineração e siderurgia, quanto o de papel e celulose aguardam sinais mais robustos de recuperação da atividade econômica na China e controle do aumento significativo recente dos casos de Covid no país.

 

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