Estamos no fim do ano e vamos, nesta última análise de 2022, fazer alguns comentários sobre as perspectivas para 2023. No começo de 2023 iremos publicar a nossa análise mais profunda sobre 2022 e perspectivas para 2023.
Em relação aos EUA, deve continuar a discussão sobre a política monetária a partir do momento em que a taxa de juros se aproxima do fim do ciclo de alta. Os cenários se alternam entre uma postura mais austera, com o Fed elevando juros em velocidade e magnitude capazes de gerar convergência da inflação para a meta ao final de 2023, e entre uma postura mais light, tolerando uma inflação ao redor de 3,5% no ano que vem, trabalhando com um ciclo mais prolongado. Uma vez adotada a postura mais hawkish, o cenário para ativos de risco no curto prazo fica bastante desafiador. A discussão sobre a possibilidade de uma recessão nos EUA também é uma grande preocupação para os investidores.
Em relação às commodities, temos um viés altista para 2023. A reabertura da China, que ainda sofre restrições de mobilidade por conta da política de covid zero, deveria aumentar a demanda de petróleo e metais, mas do que compensando uma queda de consumo por uma desaceleração econômica nos países desenvolvidos.
Em relação ao Brasil, as incertezas permanecem à espera da agenda econômica do novo governo. A negociação dos valores além do teto de gastos na “PEC da transição” é o primeiro elemento de uma agenda política econômica que deverá incluir, além da expansão fiscal, o retorno da utilização dos bancos públicos para impulsionamento do crédito. Nesse cenário, a convergência de inflação à meta será lenta e postergará o processo do Banco Central de começar a baixar os juros.
Nesse complexo começo de 2023, estamos adotando uma postura de investimento bastante cautelosa, concentrando a carteira dos clientes em juros pós-fixados. Estaremos monitorando o cenário cuidadosamente para aumentarmos o risco das carteiras quando tivermos uma maior visibilidade.
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