22/12/23

Análise da Semana - 18 a 22 de Dezembro de 2023

O PCE nos EUA, caiu 0,1% m/m em novembro, depois da estabilidade apresentada em outubro. Dessa forma, o índice de preços apresenta uma alta de 2,6% na base anual, contra 2,9% em outubro. Em relação ao mês passado, os preços de bens caíram 0,7%, os de alimentos 0,1% e energia 2,7%, enquanto os de serviços subiram 0,2%. O núcleo do PCE, que exclui componentes mais voláteis como alimentos e energia, apresentou uma variação positiva de 0,1% m/m, também representando esfriamento, tendo em vista a alta de 0,2% m/m no mês anterior.

 O CPI da zona do euro apresentou uma alta de 2,4% a/a em novembro, representando uma desaceleração em relação aos 2,9% a/a observados em outubro. Além disso, a variação mensal dos preços foi de -0,6%, em linha com as expectativas do consenso. Além disso, em comparação com outubro, a inflação em termos anuais caiu em 21 dos 27 países membros. Vale destacar que o nível de preços de energia foram 11,5% mais baixos do que em outubro em termos anuais e a variação de alimentos, bebidas e fumo foi de 6,9%. As taxas anuais mais baixas foram na Bélgica, Dinamarca e Itália, enquanto as mais altas foram observadas na República Tcheca, Hungria, Eslováquia e Romênia. O núcleo teve a leitura mais baixa desde abril de 2022, com uma variação de 3,6% a/a e, na comparação mensal, observamos queda de mesma magnitude que o índice cheio.

Brasil

A Ata do Copom divulgada essa semana mostrou que o comitê reconhece um progresso desinflacionário relevante, em linha com o que foi antecipado, apesar de entenderem também que ainda há um longo caminho a percorrer até atingirmos uma ancoragem e retorno a meta. Isso mostra um BC ainda cauteloso, mesmo reconhecendo a melhora na inflação e no cenário externo, de forma que o Copom não vê espaço para uma aceleração no ritmo dos cortes. O motivo disso é que para trazer juros mais baixos, seria necessário que as expectativas de inflação convirjam para mais perto das metas.

O IBC-Br, índice de atividade econômica considerado como uma prévia do PIB, apresentou uma queda de 0,06% m/m em outubro. Esse resultado está acima da mediana das estimativas dos analistas, que esperavam uma queda de 0,1% m/m. Dessa forma, o indicador tem alta de 2,19% nos últimos 12 meses e, em 2023, o índice acumula uma alta de 2,36%.  Esse dado reforça que mesmo tendo um PIB do 3T23 ainda no campo positivo, a tendência é que a economia brasileira em 2024 fique próxima da estagnação, tendo em vista os efeitos defasados dos juros, além da dissipação do choque positivo da agricultura que vimos no início deste ano.

 Mercados

Nessa semana, os mercados deram continuidade ao rally visto nas últimos semanas e confirmaram a tendência positiva nesse final de ano. No cenário internacional, os principais drivers de preço foram os dados na zona do euro, PCE dos Estados Unidos e sinais de mais estímulos econômicos por parte de Pequim. No Brasil, mercado repercutiu a ata do Copom e a prévia mensal do PIB de outubro.

O PCE de novembro dos EUA, principal índice de inflação para o Fed, trouxe uma surpresa positiva e reiterou a trajetória baixista dos preços na economia americana. Nesse sentido, yields intermediários e longos cederam levemente e os mais curtos navegaram perto da estabilidade. Por mais que a leitura tenha sido positiva, as bolsas apresentaram uma ligeira alta e o dólar perdeu força contra o real e operou em queda contra uma cesta de moedas (DXY).

A S&P, uma das principais agências de rating do mundo, elevou a classificação da dívida de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de BB- para BB. A agência alegou que a reforma tributária recentemente aprovada amplia o histórico do país de implementação pragmática de políticas nos últimos sete anos e carimba uma abordagem mais objetiva do novo governo, apesar das preocupações iniciais. Assim, os juros futuros médios e longos continuaram as quedas e o dólar foi ao menor nível do dia, operando em torno de R$4,85. Vale ressaltar que o tom mais duro da ata do Copom também gerou certa volatilidade nos DIs futuros. Mesmo com um Fed mais dove, BC não abriu nenhum espaço para intensificação do ritmo de cortes na Selic.   

Dado o cenário internacional otimista e força das principais commodities minerais e energéticas, o Ibovespa acumulou uma valorização de 2,15% e fechou a semana na máxima histórica, atingindo 132.803 pontos. Dentre o noticiário do mercado financeiro, uma pesquisa sobre o aumento do otimismo dos gestores de fundos imobiliários foi um dos principais destaques. O estudo envolveu nomes de grandes casas, como BTG, XP, e mediu o grau de confiança dos gestores em relação ao mercado brasileiro. A média do resultado já apresentou uma melhora significativa em relação às duas últimas pesquisas e entrou no campo “muito otimista”. No geral, mais da metade dos gestores apontaram que a principal atratividade para os FIIs nos próximos anos é a queda da Selic, seguida por novas emissões de cotas e aumento do aluguel médio dos imóveis. Fora isso, pontuou-se que os principais pontos de atenção são a governança e o nível de ocupação dos imóveis.

O dólar seguiu enfraquecendo frente ao real e os juros aliviaram por toda parte da curva brasileira, em média 12 bps. Viu-se um fluxo estrangeiro positivo no Ibovespa, com volume majoritariamente comprador e bastante apetite ao risco. Em resumo, os dados macroeconômicos mais recentes vem sugerindo a ideia de um pouso mais suave da economia americana, aliviando o prêmio de risco e sugerindo a migração para ativos mais arriscados, como a bolsa brasileira e outros mercados emergentes.

Topo

Artigos relacionados

Escritório

  • Rua do Rócio, 350 
    1º andar
    Vila Olímpia, São Paulo - SP
    CEP 04552-000

Contatos

  • (11) 2147 0450

  • Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

2022  Todos os Direitos Reservados | Política de Privacidade